segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pausa para o café


O brasileiro já foi o melhor do mundo.
Há alguns anos, o colombiano conquistou a preferência dos americanos.
Mas no mundo dos "chiques", como os classifica a antropóloga Glorinha Kalil, só há lugar para o Kopi Luwak.
Originário da Indonésia, o café mais caro do mundo é produzido artesanalmente. São apenas 230 quilos por ano e o preço para o Sua Majestade o Consumidor é de cerca de mil dólares por quilo.
O processo de produção da iguaria é, digamos, exótico. Os frutos mais doces, maduros e avermelhados do café são ingeridos por civetas, mamíferos semelhantes aos gatos.
Ao passar pelo sistema digestório do animal, o grão sofre um processo de modificação parecido com o utilizado pela indústria cafeeira para remover a polpa do grão de café, mas que envolve bactérias diferentes das usadas pela indústria, além das enzimas digestivas.
De acordo com especialistas, isso faz com que o Kopi Luwak tenha um sabor inigualável.
Isso mesmo. O café mais caro do mundo é produzido a partir das fezes de primos indonésios dos gatos.
Tenho dois gatos e, ao menos duas vezes ao dia, me ocupo da eliminação de seus excrementos - uma tarefa pouco aprazível.
Ao tomar meu próximo cafezinho não deixarei de fazer dois brindes: o primeiro, por não ser rico. O segundo, por não ser tão excêntrico.
Estar na merda não é nada fácil. Agora, pagar caro por ela? Sei não.

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