quinta-feira, 13 de maio de 2010

Folha, sempre se superando



O jornal dos Frias tem um caderno chamado "Equilíbrio", cuja linha editorial é o que os descolados gostam de chamar de "viver bem".

No dia 29 de maio de 2008, a reportagem de capa do caderno era sobre odores corporais. Na capa, a ilustração de um negro transpirando, acompanhada do título: chulé, cê-cê, bafo. Saiba a explicação para esses e outros cheiros corporais. No miolo, em página dupla, a ilustração de uma loira envolta em uma nuvem de perfume.
A abordagem era nitidamente racista e os leitores, evidentemente, caíram de pau. O ombudsman da época, o Lins da Silva, chegou a recomendar um pedido de desculpas público, o que não aconteceu.

Quase dois anos depois, nova capa canalha:
" O preço de ser verde - Até que ponto vale a pena investir em um estilo de vida sustentável? Veja, na ponta do lápis, o que é viável para o bolso e o que não passa de ecoviagem.

Saravá! Socorro! Quer dizer que cidadania deve ser avaliada na ponta do lápis? Se for mais baratinho, dane-se o clima, danem-se as florestas, dane-se a água?

Nelson Rodrigues poderia até classificar a equipe do caderno como "idiotas da objetividade". Mas não sejamos tão românticos. É apenas má fé.

Segundo os "especialistas", na ponta do lápis, os jornais impressos não serão mais viáveis. Ah é? Então dane-se a Folha!

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