terça-feira, 9 de março de 2010

O Demo do Demo


Demóstenes aparenta dificuldade de compreensão ao folhear a principal obra de Gilberto Freire







Demóstenes, o Demo do Demo, estuprou o Gilberto Freire para defender o indefensável ("...o estupro de mulheres negras nas senzalas da Colônia e do Império do Brasil era consensual").

Tenho dúvidas em relação à política de cotas - ate o admirável professor Joel Rufino as tem -, mas acho que precisávamos começar a atacar essa questão tão complexa de alguma forma. Na falta de uma melhor - ou de nenhuma, estou com essa e não abro.

O Demo do Demo é a versão 2010 do Maluf 1989, que sugeriu aos estupradores: "tá bom, tá com vontade sexual? Estupra, mas não mata".

Mais de 20 anos - e milhões de dólares roubados depois, Maluf ainda é deputado federal. Que o Demo do Demo não tenha a mesma sorte.

E sobre a escravidão no Brasil, poucos foram mais precisos que o mestre Darcy Ribeiro, em "O Povo Brasileiro":


[...] Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos. Como descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e instilada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre homens, sobre mulheres, sobre crianças convertidas em pasto de nossa fúria."

"A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista." (1995, p.120)

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