sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Sacolinha bancará "Templo de Salomão" em SP
Edir Macedo, dono da IURD e da TV Record, entre outros empreendimentos, lançou no último domingo a pedra fundamental da nova sede mundial de sua igreja.
Localizada no Brás, região central de São Paulo, a igreja será uma réplica do Templo de Salomão de Jerusalem.
O novo templo de Macedo terá 12 andares (55 metros de altura), 2 subsolos e capacidade para 10 mil pessoas sentadas. A obra está orçada em R$ 200 milhões e deve ser concluída até 2014.
Em seu blog, Edir Macedo ressalta que a nova sede da IURD vai "superar o maior templo da Igreja Católica" de São Paulo, a Catedral da Sé.
O roto e o rasgado
Paulo Henrique Amorim e outros ex-jornalistas da Globo adoram dizer que a Record é uma excelente alternativa à perversa hegemonia da "vênus platinada". Também devem estar orgulhosos do empreendedorismo do patrão no terreno da fé, que deve estar tirando o sono da milenar corporação capitaneada pelo cardeal Ratzinger.
Não gosto da platinada, tampouco da dourada. Não gosto do Bento, tampouco do Macedo. Temo ambos.Atualmente, mais o dono da IURD.
Grandes malucos beleza: Jayme Ovalle
Sentado à mesa de um café carioca, o poeta Manuel Bandeira ouviu: “Seu Schimidt, vá por mim! Aquele sujeito é do exército do Pará”. A afirmação vinha de Jayme Ovalle, que, dirigindo-se ao poeta Augusto Frederico Schimidt, tecia uma complexa teoria, a Nova Gnomonia.
Conhecido por passar graxa no cabelo e ter conversas com o anjo da guarda no meio da rua, o compositor paraense influenciou gerações de intelectuais, a começar pelo próprio Bandeira, que mais tarde lhe dedicaria o Poema Só para Jayme Ovalle.
Naquela tarde, Bandeira acompanhou o desenrolar da teoria que o compositor expunha no bar. E tratou de registrá-la em uma crônica que movimentou a intelectualidade brasileira dos anos 1930. Nela, relata a classificação dos tipos humanos em cinco categorias, de acordo com Ovalle:
Exército do Pará: formado por “esses homenzinhos terríveis que vêm do Norte para vencer na capital da República”. Hábeis, buscam o “sucesso material, ou a glória literária, ou o domínio político”.
Dantas: “são homens de ânimo puro, nobres e desprendidos, indiferentes ao sucesso da vida. Toda gente quer ser Dantas.”
Kernianos: “impulsivos por excelência. Apesar de terem bom coração, se deixam arrastar à prática dos atos mais condenáveis.”
Mozarlescos: tipo de gente que dá aos observadores “uma impressão de coisas consideráveis, o que, no entanto, não corresponde o conteúdo das suas palavras ou das suas ações”.
Onésimos: quando um deles aparece, duvida, sorri, desaponta. Sofrem de um drama íntimo: não encontrar nunca uma finalidade na vida.
Da Nova Gnomonia, Vinicius de Moares – que herdou do amigo Ovalle o costume de falar no diminutivo – escreveu: Constitui a grande contribuição do Brasil à filosofia do conhecimento do universo.
Instado a dizer se pertencia ao Exército do Pará, o escritor Graciliano Ramos desconversou: “Está claro que existe um ‘Exército do Pará’. Na maioria dos casos, porém, os seus milicianos já chegam feitos do Norte. E, no Rio, em geral definham, tornam-se mofinos. Ignoro se também sou ‘Pará’. Nunca fiz coisa que prestasse, mas ainda assim o pouco que fiz foi lá e não aqui”.
Mais do que contribuições como a teoria da Nova Gnomonia, 33 músicas (entre elas Azulão, com Manuel Bandeira) e poemas em inglês – idioma que não dominava –, a grande criação de Ovalle foi a própria vida, contada no livro O Santo Sujo – A vida de Jayme Ovalle, de Humberto Werneck. Entre a paixão (e a traição) por uma pomba, as discussões com Deus e o trabalho como funcionário público exemplar, lia a Bíblia fazendo anotações. Pretendia reescrevê-la.
Fonte:Crônicas da Província do Brasil, de Manuel Bandeira (Cosac Naify, 2006)
Conhecido por passar graxa no cabelo e ter conversas com o anjo da guarda no meio da rua, o compositor paraense influenciou gerações de intelectuais, a começar pelo próprio Bandeira, que mais tarde lhe dedicaria o Poema Só para Jayme Ovalle.
Naquela tarde, Bandeira acompanhou o desenrolar da teoria que o compositor expunha no bar. E tratou de registrá-la em uma crônica que movimentou a intelectualidade brasileira dos anos 1930. Nela, relata a classificação dos tipos humanos em cinco categorias, de acordo com Ovalle:
Exército do Pará: formado por “esses homenzinhos terríveis que vêm do Norte para vencer na capital da República”. Hábeis, buscam o “sucesso material, ou a glória literária, ou o domínio político”.
Dantas: “são homens de ânimo puro, nobres e desprendidos, indiferentes ao sucesso da vida. Toda gente quer ser Dantas.”
Kernianos: “impulsivos por excelência. Apesar de terem bom coração, se deixam arrastar à prática dos atos mais condenáveis.”
Mozarlescos: tipo de gente que dá aos observadores “uma impressão de coisas consideráveis, o que, no entanto, não corresponde o conteúdo das suas palavras ou das suas ações”.
Onésimos: quando um deles aparece, duvida, sorri, desaponta. Sofrem de um drama íntimo: não encontrar nunca uma finalidade na vida.
Da Nova Gnomonia, Vinicius de Moares – que herdou do amigo Ovalle o costume de falar no diminutivo – escreveu: Constitui a grande contribuição do Brasil à filosofia do conhecimento do universo.
Instado a dizer se pertencia ao Exército do Pará, o escritor Graciliano Ramos desconversou: “Está claro que existe um ‘Exército do Pará’. Na maioria dos casos, porém, os seus milicianos já chegam feitos do Norte. E, no Rio, em geral definham, tornam-se mofinos. Ignoro se também sou ‘Pará’. Nunca fiz coisa que prestasse, mas ainda assim o pouco que fiz foi lá e não aqui”.
Mais do que contribuições como a teoria da Nova Gnomonia, 33 músicas (entre elas Azulão, com Manuel Bandeira) e poemas em inglês – idioma que não dominava –, a grande criação de Ovalle foi a própria vida, contada no livro O Santo Sujo – A vida de Jayme Ovalle, de Humberto Werneck. Entre a paixão (e a traição) por uma pomba, as discussões com Deus e o trabalho como funcionário público exemplar, lia a Bíblia fazendo anotações. Pretendia reescrevê-la.
Fonte:Crônicas da Província do Brasil, de Manuel Bandeira (Cosac Naify, 2006)
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
A insustentável leveza do ser: Person
Luiz Sérgio Person nasceu em 1936.
Aos 21 anos abandonou o curso de direito no último semestre e, ao lado de Antunes Filho e Flávio Rangeu, fundou o Teatro Paulista de Câmara. No mesmo ano lançou a revista de cinema Sequência, na qual era redator, editor e diagramador.
Após uma estréia frustrada no cinema, abandonou o meio artístico e passou a administrar uma empresa da família, a Person Bouquet.
Insatisfeito com o mundo empresarial, partiu para a Itália no início da década de 60,estudando cinema na Cinecittá di Roma. Lá, teve contato com os diretores da Nouvelle Vague.
De volta ao Brasil, dirigiu "São Paulo Sociedade Anônima" (1963) e "O caso dos irmãos Naves" (1967), dois clássicos do cinema nacional.
Na frente das câmeras atuou em vários filmes, como "O estranho mundo de Zé do Caixão (1967).
Morreu em 1976, um mês antes de completar 40 anos, em um acidente de carro a caminho de Ubatuba.
Aos 21 anos abandonou o curso de direito no último semestre e, ao lado de Antunes Filho e Flávio Rangeu, fundou o Teatro Paulista de Câmara. No mesmo ano lançou a revista de cinema Sequência, na qual era redator, editor e diagramador.
Após uma estréia frustrada no cinema, abandonou o meio artístico e passou a administrar uma empresa da família, a Person Bouquet.
Insatisfeito com o mundo empresarial, partiu para a Itália no início da década de 60,estudando cinema na Cinecittá di Roma. Lá, teve contato com os diretores da Nouvelle Vague.
De volta ao Brasil, dirigiu "São Paulo Sociedade Anônima" (1963) e "O caso dos irmãos Naves" (1967), dois clássicos do cinema nacional.
Na frente das câmeras atuou em vários filmes, como "O estranho mundo de Zé do Caixão (1967).
Morreu em 1976, um mês antes de completar 40 anos, em um acidente de carro a caminho de Ubatuba.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Capitalismo verde é sujeira: Marina e Gabeira
Por Gilberto Felisberto Vasconcellos
Agora todo mundo capitalista deu para ser verde.
A General Eletric prega a “ecoimaginação”, ou este oxímoro insano: “carvão limpo”. Na propaganda ela põe um elefantão cantando “Singing in the rain”.
O barão da mídia, Murdoch, que está louquinho para derrubar Chávez, declarou: “sinto orgulho de ser verde”.
É impossível existir capitalismo sem toxina.
A mistificação do capitalismo verde é reproduzida por aqui com Gabeira e Marina. Como é que alguém a favor do lucro capitalista evangélico pode falar em natureza? A única coisa verdecoevangélica que existe é a nota verde do dólar.
Marina é pró-capitalismo, portanto é antiecológica. Seus assessores almofadinhas e janotas são udenistas e tucanos de corpo e finanças, portanto contra a minhoca, o arado natural, Eles são entusiastas da Monsanto que inventou o herbicida round up devastador da natureza e que financia a biotecnologia e a engenharia genética.
Marina, me dizia Marcelo Guimarães, não moveu uma palha pelo projeto das micro-destilarias a álcool em pequenas propriedades; agora ela se diz devota do álcool e óleos vegetais, só que produzidos em economia de escala com plantation latifundiária para exportação multinacional.
Marina é adversária da reforma agrária radical, portanto joga no time do ecocídio, Serra batalhou pela aprovação da lei das patentes para felicidade das grandes corporações multinacionais na Câmara e Senado.
A agricultura capitalista multinacional arruína a terra e envenena as pessoas. Tudo isso sob o comando dos grãos geneticamente manipulados pela Monsanto, que é a Rede Globo da agricultura.
A juventude não poderá cair na esparrela agrobiocancerigenotucano. O descalabro da natureza é causado pelo regime social chamado capitalismo, por conseguinte crítica ecológica que não seja anticapitalista é conversa de urubu com bode.
E Gabeira? É a ideologia pós-moderna do Banco Mundial em ação, que no Rio de Janeiro é a expressão da burguesia comercial e imobiliária, de onde provêm Carlos Lacerda e César Maia.
Nunca entendi a notoriedade de Gabeira. Chegou da Suécia de tanguinha de crochê na praia pousando de “candidato jovem” pré-Collor para destruir os CIEPs de Darcy Ribeiro.
Glauber Rocha tinha a maior bronca dele porque queria tacar fogo no filme Terra em Transe. Glauber dizia que a ambição de Gabeira era freqüentar a casa de Caetano Veloso, que convenhamos não é o barraco de Goethe.
Glauber escreveu: “traíram Jango em 1964 e 1974, destruíram o projeto de nação que ficou no esqueleto do Gabeira”.
Sobre as flores do estilo, pergunto quem foi o gênio linguista que bolou o mote gerundiano da campanha de Dilma? Refiro-me à palavra de ordem: “Para o Brasil seguir mudando”. Que coisa feia. É isso que dá colocar campanha política em agência de publicidade.
Gilberto Felisberto Vasconcellos é sociólogo, jornalista e escritor.
Fonte: Caros Amigos
Agora todo mundo capitalista deu para ser verde.
A General Eletric prega a “ecoimaginação”, ou este oxímoro insano: “carvão limpo”. Na propaganda ela põe um elefantão cantando “Singing in the rain”.
O barão da mídia, Murdoch, que está louquinho para derrubar Chávez, declarou: “sinto orgulho de ser verde”.
É impossível existir capitalismo sem toxina.
A mistificação do capitalismo verde é reproduzida por aqui com Gabeira e Marina. Como é que alguém a favor do lucro capitalista evangélico pode falar em natureza? A única coisa verdecoevangélica que existe é a nota verde do dólar.
Marina é pró-capitalismo, portanto é antiecológica. Seus assessores almofadinhas e janotas são udenistas e tucanos de corpo e finanças, portanto contra a minhoca, o arado natural, Eles são entusiastas da Monsanto que inventou o herbicida round up devastador da natureza e que financia a biotecnologia e a engenharia genética.
Marina, me dizia Marcelo Guimarães, não moveu uma palha pelo projeto das micro-destilarias a álcool em pequenas propriedades; agora ela se diz devota do álcool e óleos vegetais, só que produzidos em economia de escala com plantation latifundiária para exportação multinacional.
Marina é adversária da reforma agrária radical, portanto joga no time do ecocídio, Serra batalhou pela aprovação da lei das patentes para felicidade das grandes corporações multinacionais na Câmara e Senado.
A agricultura capitalista multinacional arruína a terra e envenena as pessoas. Tudo isso sob o comando dos grãos geneticamente manipulados pela Monsanto, que é a Rede Globo da agricultura.
A juventude não poderá cair na esparrela agrobiocancerigenotucano. O descalabro da natureza é causado pelo regime social chamado capitalismo, por conseguinte crítica ecológica que não seja anticapitalista é conversa de urubu com bode.
E Gabeira? É a ideologia pós-moderna do Banco Mundial em ação, que no Rio de Janeiro é a expressão da burguesia comercial e imobiliária, de onde provêm Carlos Lacerda e César Maia.
Nunca entendi a notoriedade de Gabeira. Chegou da Suécia de tanguinha de crochê na praia pousando de “candidato jovem” pré-Collor para destruir os CIEPs de Darcy Ribeiro.
Glauber Rocha tinha a maior bronca dele porque queria tacar fogo no filme Terra em Transe. Glauber dizia que a ambição de Gabeira era freqüentar a casa de Caetano Veloso, que convenhamos não é o barraco de Goethe.
Glauber escreveu: “traíram Jango em 1964 e 1974, destruíram o projeto de nação que ficou no esqueleto do Gabeira”.
Sobre as flores do estilo, pergunto quem foi o gênio linguista que bolou o mote gerundiano da campanha de Dilma? Refiro-me à palavra de ordem: “Para o Brasil seguir mudando”. Que coisa feia. É isso que dá colocar campanha política em agência de publicidade.
Gilberto Felisberto Vasconcellos é sociólogo, jornalista e escritor.
Fonte: Caros Amigos
Nem parece banco
Há anos os bancos não param de bater seus próprios recordes de lucratividade.
O Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro, encerrou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 6,4 bilhões - 39,6% maior que no mesmo período do ano passado.
São lucros obscenos, viabilizados pelo também obsceno modelo de financiamento das campanhas eleitorais.
E o pior é que, dentre os candidatos ao Planalto, não há sequer um nanico com um projeto consistente de reforma política.
O Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro, encerrou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 6,4 bilhões - 39,6% maior que no mesmo período do ano passado.
São lucros obscenos, viabilizados pelo também obsceno modelo de financiamento das campanhas eleitorais.
E o pior é que, dentre os candidatos ao Planalto, não há sequer um nanico com um projeto consistente de reforma política.
Terra em transe
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