Escola na África protege albinos de serem mortos e vendidos por até US$ 4.000
Nyiabe Hamisi, 14, diz que vive duplamente escondido na Tanzânia.
Primeiro, porque ele é albino e tem que afastar sua pele sem pigmentação do sol africano.
Segundo, porque mora no internato Mitindo, que é cercado por arame farpado e vigiado por dois guardas, dia e noite.
A segurança não é para impedir os alunos de gazetear aula, e sim para evitar que morram.
É que, no país, o cadáver de um albino vale até US$ 4.000 (cerca de R$ 7.600) -a renda média anual lá é de US$ 300.
Sangue, pés, mãos, cabelos e genitais de albinos são usados em poções mágicas que trazem sorte, reza uma crença antiga.
Para banir a tradição, o governo cassou a autorização de prática de todos os feiticeiros.
Mas a medida não foi eficaz: nos últimos dois anos, 60 albinos foram mortos, em números oficiais. Metade deles, teens.
Para protegê-los, a escola, construída em 1967 para 40 alunos cegos, virou um refúgio para albinos menores de idade.
Atualmente, são 101 albinos e mais 42 deficientes no casarão. A superlotação obriga que cada cama sirva a três alunos, diz Lacchius Solemon, professor da escola e intérprete na conversa entre Nyiabe e o Folhateen.
"Sinto-me caçado todo o tempo", diz o garoto, que viu sua irmã, também albina, ser assassinada por bandidos em sua vila, antes de ir para o colégio.
"Para ajudar de longe, temos de assinar uma petição para pressionar o governo local", diz Peter Ash, da ONG Under the Same Sun (Sob o Mesmo Sol), que luta pelo fim da prática vil. Para assinar, acesse: underthesamesun.com
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