sábado, 21 de novembro de 2009

O Beijo Bandido de Ney



Fiquei surpreso com o público que lotava o novo teatro do shopping Bourbon, formado predominantemente por madames da terceira idade. Seria reflexo da passagem do Ney pelo sofá daquela apresentadora entrada em anos? Seria o show do Ney uma forma das vovós pulverizarem um veneno antimonotonia em suas vidas tão lineares?

Não imagino aquelas senhorinhas à vontade entre os sacis e as fadas do universo do homem com H. De qualquer forma, desde a entrada elas não escondiam a decepção com o figurino comportado do Ney, um terninho Versolato que escondia o corpo esguio tão escancarado nos shows anteriores.

A frustração foi sepultada já nos primeiros acordes. Vestimenta alguma poderia represar a sensualidade primitiva do intérprete. Cada silêncio entre acordes era a senha para gritinhos de "lindo!", "gostoso!", "maravilhoso!".

O repertório de "Beijo Bandido" foi esculpido com precisão cirúrgica, a partir de um mosaico aparentemente desconexo que vai de Tango pra Teresa (de Jair Amorim e Evaldo Golveia), sucesso na voz de Angela Maria, a Mulher sem razão (Cazuza), passando por Piazzolla (As ilhas).

A única ressalva em relação ao show fica por conta da duração: apenas uma hora. Ficou um gosto de quero mais. Coisa de fã insaciável.
Aguardemos, agora, O bandido da luz vermelha.

Um comentário:

Fábio disse...

isto aq e muito bom ainda estou degustando ... sucesso ai essoal. Qdo der e c der visitem meu blog www.ecosdotelecoteco.blogspot.com Abraços..